Acordo com a tristeza dentro da minha
alma,
os dias são de angústia e de medo da
vida,
A infelicidade apossa-se do meu
interior como um
ser que lá vive dias e noites escuras
Procurei a felicidade nos cantos da
minha triste vida,
encontrei no fundo da minha alma uma
luz muito distante, que
me esforço para aproximar-me, é em
vão, a luz apaga-se como se fosse uma brincadeira de crianças que
se escondem,
O medo de não ver a luz que é o
símbolo de que há esperança, as angústias que me assolam,
Procuro a felicidade, mas ela foge como
se eu fosse o monstro que a vai deixar infeliz,
Encontro sim a felicidade nos meus
irmãos de sangue, nas suas alegrias, nos seus desejos e sonhos
realizados,
São anos de angústia e tristeza que
parecem ser infinitas,
Se Deus existe e nos concede momentos
de felicidade, onde estás Deus, que não me ouves?
Será que estás dentro dessa minha
alma triste que não te quer ouvir?
Saudades que eu tenho dos dias em que
acordava com um fio de alegria, com a esperança de que o dia me
traria a felicidade, a esperança de que tudo podia ser melhor.
Hoje acordo com as incertezas que me
atormentam a alma,
Acordo como se não houvesse mais
esperança,
Vou para o trabalho como quem vai se
arrastando com um fardo pesado nas costas,
O dia é longo, apagado apesar do
brilho do sol que me acompanha, como se estivesse a divertir-se
com a minha apagada tristeza
Volto para dentro da minha alma, com o
brilho da Lua que me aconchega
Volto para o meu casulo, onde não
deixo que ninguém entre para atormentar a minha tristeza,
Escondo-me dentro da escuridão da
noite
Admiro a Lua que consegue brilhar na
escuridão da noite, feliz, até ser ofuscada pelo sol
E eu, continuo a gritar para que a
minha triste angústia, desintegre-se com o sol
e a minha felicidade e alegria volte a
brilhar como a Lua no céu escuro
10 fev 2017